quarta-feira, 30 de novembro de 2011

crónica do joelho

Quando entro em campo no relvado da Agronomia, que no inverno da Tapada da Ajuda é o mais maldito dos relvados de Lisboa, cercado de mil árvores que o põem tão frio e tão húmido que até já estamos no centro da floresta negra, mas quando entro em campo penso sempre em três coisas:


1. meter mais um golo (com um bocadinho de jeito ou com sorte);


2. que o joelho já aguenta vai para dois anos e que afinal a dor dos 9 meses de fisioterapia foi para algum lado, que subir e descer degraus no ginásio, e fazer centenas de flecções com pesos de 5 kgs. atados ao tornozelo, e piscina duas vezes ao dia, e bicicleta e corrida e tudo ainda congelado, e duas terapeutas agarradas à perna para a dobrarem com o peso do corpo, depois de eu a ter puxado com uma corda e ter flectido aqueles meros dois graus, e as outras coisas todas, que isto tudo foi para algum lado;


3. que não se agradece só ao Dr. Granate que o concertou com dois parafusos de titânio atarrachados na tíbia e um bocado do tendão rotuliano, e cozinhou um joelho novo, enquanto lhe tocavam os Led Zeppelin nos ouvidos em plena cirurgia.
O médico da Selecção de joelhos de Rugby e do telemóvel que chamava com o 'Baba O'Riley'

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