Aqui há umas semanas, José Lello, ilustre Deputado da nação, queixou-se ao Presidente da Assembleia da República da presença nas galerias de uns mirones safados, cujo nome técnico é, creio, repórteres fotográficos.
Defendia ele que devia ser limitada a entrada dos mesmos e das suas lentes excitadas e irrequietas. Que estava em causa a intimidade da vida privada, a tutela de direitos de reserva sobre correspondência privada, que através das suas potentes extensões do braço podiam os malandros Big Brothers meter o olho onde não deviam. Referia-se o Sr. Deputado aos computadores que a AR disponibiliza aos representantes do país e que se encontram num espaço público, o espaço público por definição. Ao serviço do Estado e para o Estado.
Agora, é notícia na imprensa internacional o caso de um Senador norte-americano que em pleno debate legislativo (sobre o aborto, by the way) foi apanhado a consultar imagens pornográficas na internet.
Não sei se era isto que José Lello pretendia acautelar, e eu não acredito em bruxas, pero que las hay...
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