quinta-feira, 22 de abril de 2010

Show me, show me, show me how you do that trick...

Não conheço os Cure desde sempre. Surgiram nos anos 80 e, nessa altura, os sons ainda demoravam um tempinho a chegar cá.
Os Cure não eram nada alinhadinhos. Robert Smith era uma personagem meia estranha, amaneirada, quase andrógino. Música que só era ouvida em certos locais. Não eram os Smiths, os Cock Robin, os Tears for Fears ou Lloyd Cole. Não tinham nada com os Duran Duran, os Spandau Ballet ou os A-Ha, Housemartins ou INXS. Muito menos com os Dire Straits.
Quando, em Outubro de 1987, foi lançado "Just like Heaven", do álbum "Kiss me, Kiss me, Kiss me" eu tinha 9 anos, quase 10. Começava a descobrir a música. Ouvia o que passava na rádio e lambia os vinis dos meus pais. Não tinham Cure. Óbvio.
Até que em 1992 um primo que tenho no Porto, oito anos mais velho que eu, ofereceu-me o "Wish" dos Cure. Foi um dos meus primeiros CD's e uma novidade total. Lembro-me que fiquei a olhar para a capa do disco um bom par de horas. Feito parvo. Espantado por ter tido a honra de receber um disco de uma banda que os meus amigos não ouviam. Claro que, nessa altura, já os conhecia, mas a partir daí fui recuperar os sons para trás.
Hoje, no Porto, lembrei-me destes tipos. No "Café Candelabro", uma miúda (para aí de 18 anos), parecia saída da London 80's. Penteado e roupa. Provavelmente a estudar Belas-Artes.
Embora no Café tocasse um gigantesco blues, guitarras a apertar acordes e solos tremendos, este foi o som que pairou na minha cabeça. Um grande som.

1 comentário:

  1. Bingo! Ia jurar que também estive hoje no Porto, no Candelabro, que vi essa miúda freak e que também pensei nos Cure. :)Just like heaven, das melhores canções de sempre!

    ResponderEliminar

Are You talkin' to Me ?