sábado, 10 de abril de 2010

Como tudo começa

oito e meia da manhã.

olhando pela janela para o céu de segunda-feira enquanto bebia um café.



Eu: Acho que hoje vou de Vespa.
A miúda: De Vespa ?? O que é isso ?
Eu: Ó filha, já sabes que a mota do pai é uma Vespa.
A miúda: Vespa ??? Mas as vespas são más. Acho que vamos ter de lhe dar outro nome...
Eu: Ai, sim ? Qual ?
A miúda: Hummm... já sei ! Girino !
Eu: Girino ??? Mas porquê ?
A miúda: Porque é giro.
Eu: (...)





Quando comprei a moteca, disseram-me que devia dar-lhe um nome. E eu andei, andei, andei, à espera que ela dissesse alguma coisa, que me chamasse, que me dissesse como é que gostava que a tratasse, e nada. Não houve nome. Deve ser do tipo tímido, ou então acha que quem tem que falar sou eu.
Mas agora o assunto resolveu-se. Mal. Porque não consigo voltar a pegar nela (reparem que já não lhe chamo mota) sem me lembrar do ruinoso baptismo da M..
"Porque é giro." What the fuck ?! Giro ??
Mas que raio ? Um gajo está mais distraído e... pimba. Em três penadas, dão-nos cabo do orgulho.
Com esta simplicidade - a que, ao longo da vida, vemos que elas recorrem quando menos esperamos - a reputação da Lx50 de 4 tempos (se tinha alguma) ficou ali, escarrada no chão. E agora trabalhar. Trabalhar na reabilitação. Recomeçar abaixo do zero.



Espero que a miúda perceba rapidamente a dimensão espiritual das coisas, senão estou perdido.
O que vale é que já me vai pedindo para ouvir esta obra-prima de 1969.



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